"Amanhã, e amanhã, e ainda outro amanhã arrastam-se nessa passada trivial do dia para a noite, da noite para o dia, até a última sílaba do registro dos tempos. E todos os nossos ontens não fizeram mais que iluminar para os tolos o caminho que leva ao pó da morte. Apaga-te, apaga-te, chama breve! A vida é apenas uma sombra ambulante, um pobre palhaço que por uma hora se espavona e se agita no palco, sem que depois seja ouvido; é uma história contada por idiotas, cheia de fúria e muito barulho, que nada significa".
Macbeth, Ato 5, Cena 5, linhas 22-31

9 de mar. de 2011

AFOGUE-SE NA HIPOCRISIA DE UM FELIZ NATAL!!!


Natal, ok? Outro feriado católico para comermos coisas gostosas. Mas, o que vem a ser o Natal? Bom, além de todas as mediocridades que dizem por aí, costuma-se aceitá-lo, como um axioma, como sendo a data do nascimento de Cristo (isso mesmo, aquele que, não se sabe como, nasceu de uma virgem). As pessoas ouvem essa história, acreditam e a repetem por aí. Mas será que nenhum de vocês até hoje não parou para se perguntar que simplesmente não existem provas de que Cristo nasceu dia 25 de dezembro e que, acima de tudo, não existem provas da existência do tal do Cristo?

Durante a Alta Idade Média, em que a Igreja escravizava muito mais do que apenas a mente das pessoas. Mas, mesmo com o controle ideológico e o monopólio da cultura erudita exercidos por ela, vericou-se , entre os camponeses, a manutenção de uma forte tradição cultural pagã, pré-cristã, associada a elementos da cultura “bárbara”, onde rituais e crenças não aceitos pelo clero eram mantidos. Porém, a Igreja se alimentou da força dessas tradições culturais presentes no imaginário coletivo. É o caso da definição do nascimento de Cristo, historicamente imprecisa, que a Igreja fez coincindir com uma antiga comemoração pagã da época dos romanos, em homenagem a Saturno (que era deus do Tempo, assim como o era também Cronos, para os gregos). As festas romanas em homenagem a Saturno (que se iniciavam no dia 17 de dezembro e seguiam por mais sete dias), ao que tudo indica, estavam tão enraizadas na tradição cultural popular que a Igreja precisou abatê-las não simplesmente probindo sua comemoração e matando quem fugisse às regras (como sempre fez parte do feitio da Igreja), mas sim assimilar essa data para seu calendário e impor uma comemoração a respeito de algo fictício (ou seja, o nascimento de Cristo) que viesse a reforçar o seu poder.

Pode-se concluir, portanto, que essa comemoração realizada todos os anos, simplesmente festeja algo que nunca ocorreu, e só se tornou uma data festiva após a Igreja, com interesses políticos e econômicos, esmagar a cultura popular.

Pare para pensar: não existe uma única catedral que não se origine da tortura. A História da Igreja é de assassinato e destruição. Hereges na Idade Média, feiticeiros e bruxas, os negros tratados como animais sem alma (e que por isso têm cor escura e devem ser escravizados) índios e nativos das terras colonizadas, as pessoas suspeitas de se oporem à Contra-Reforma Católica, período este em que a Igreja disseminou práticas de tortura utilizadas ainda hoje por militares, conivência com o Nazi-Facismo e com guerras... basta estudar e pesquisar um pouco para ver que a Igreja não pode se manter forte até hoje sem que bebesse rios de sangue......EM NOME DE JESUS!!!!!

A escravidão mental à qual submetem as pessoas até hoje faz com que elas, mesmo que sofrendo dia após dia devido a um sistema social, econômico e político desigual, não se revoltem, mas apenas se resignem, ajoelhando, juntando as palmas da mão em frente ao rosto e sussurando coisas sem nexo e não e sem destino. A Igreja mantém as pessoas na miséria, mas pior que isso: faz com que elas aceitem sua condição sub-humana, vivendo de restos, e, não bastanto, agradecendo um tal deus que não existe por estarem vivas.

O Natal é a celebração de toda a miséria humana, e celebramos isso com um largo sorriso no rosto, ano após ano. A mídia fala de “espírito natalino”, “solidadariedade”, “devemos ser bons uns com os outros”, “natal sem fome” e etc. Minha pergunta é a seguinte: onde estava tudo isso antes do Natal e aonde você irá enfiar todos esses conceitos após o Natal? Até quando iremos receber a hipocrisia de braços abertos, e estourar champagnes quando ela chegar?

Além disso, nos últimos dias, quantas vezes você já não se pegou perguntando o que irá COMPRAR ou GANHAR neste Natal que se aproxima? Quantas vezes você já se reparou que estava pensando o quão são belos os ENFEITES que pululam pela cidade e, principalmente, as luzes dos SHOPPING CENTERS? Já COMPROU e degustou quantos panetones? Já decidiu se irá ou não passar com sua doce FAMÍLIA ou com seus lindos VIZINHOS (afinal, não é hora para as costumeiras brigas que ocorrem durante o ano inteiro)? E os CARTÕEZINHOS? Não vá me dizer que  vocês esqueceu de COMPRÁ-LOS, com lindos desenhos de neve, pinheiros, duendes, renas e um Papai Noel gordo, rosa, feliz e com roupas quentes para um inverno rigoroso!.....refletindo exatamente as características de nossa região, ainda mais nessa época do ano, não é mesmo?!?!?! Aliás, apenas como curiosidade, a lenda do Papai Noel já existia na cultura popular, mas todas suas características fofinhas e imbecis, assim como sua cor VERMELHA (pois antes era verde), foram-lhe atribuídas na primeira metade do século XX, quando a Coca-Cola começou a utiliar sua imagem parar realizar publicidade. Ou seja, nossas comemorações acontecem do modo como uma empresa ordena que elas sejam (e ainda temos a pachorra de chamar isso de feriado)!!!!

Toda essa felicidade do Natal nada mais é que ilusão e hipocrisia. Ilusão pois nada se dá sem o comércio. Esse feriado que vocês tanto amam é apenas uma máquina de gerar dinheiro, fazendo com que muitos trabalhem ainda mais para poucos abastados donos de lojas. Admita, sem comprar, comprar e comprar, seu Natal não é o mesmo,você não é feliz! Sua família é uma justificativa para você comprar, comprar e comprar. Mas você não percebe que a mercadoria passa a ser a sua própria vida, e não somente o que você compra. São seus valores e seus sentimentos que estão sendo negociados. Seu Natal, assim como sua própria vida, passa a ser a quantidade de dinheiro que você tem no bolso. Não há Natal sem mercadoria. Hipocrisia, pois, como já disse, todos são mais amigos nessa época do ano, mas ao longo do ano inteiro exigimos mais segurança contra os pobres, exigimos a pena de morte e a redução da maioridade penal, desejamos pela morte e destruição dos favelados, sentimos ódio e medo das crianças nos faróis, porém, como agora é natal, ficamos bonzinhos. Talvez até daremos alguns presentes para quem não tem onde morar: roupas e brinquedos velhos, nosso lixo!!!

fonte: midiaindependente.org

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